Clubinho das jovens senhoras ☕️
amiga não posso ir, vou levar meu cachorro na aula de latim
Por: Aline Gomes
Se você também frequenta brechós para ter peças com histórias que você mesma cria, resolve atrasos de encomendas dizendo que vai ao Procon, cancela qualquer rolê noturno para ficar no conforto de casa, abre os amaciantes no supermercado pra testar as fragrâncias, vai pra academia só pra não entupir as veias e ficar com a cabeça no lugar… bem-vinda! Pega aqui a sua carteirinha do nosso clubinho de jovens senhoras.
Quando mais jovens, mentimos para os pais para sair, agora, mais velhas, mentimos para as nossas amigas para ficar em casa. Já existem inúmeros estudos que mostram que a Gen Z curte menos as noitadas, bebe menos, mas passa MUITO tempo interagindo com as pessoas pelas redes sociais. Esses dias, eu estava falando com uma amiga de 22 anos e ela disse que nunca madrugou em um bar e que se sente uma senhora antiquada no corpo de uma jovem. Quando eu tinha 22 anos, eu só não bebia Absinto porque tinha medo de dar barato e nunca mais voltar, mas de resto, era cada vexame… O clubinho das jovens senhores só cresce mesmo!
Tanto que a Gen Z, como sempre, transformou isso em tendência.
Como millennial e adepta de coisas velhas, cacarecos, cafezinhos e bolinhos, venho dizer que o vovôcore é muito mais que aesthetic, é estilo de vida! Além de mocassim, tricot, colete e tênis vintage, o vovôcore é um incentivo a mais pra gente mergulhar nas peças de segunda mão dos brechós, buscar tesouros esquecidos de outras décadas, pensar em um futuro mais sustentável, ficar mais próxima das amigas, investir no bem-estar, adotar animais, regar as plantas, beber menos álcool, priorizar uma boa noite de sono… E é aí que reside o ponto crítico. Tudo isso vai contra a essas tendências tão passageiras que têm surgido.
Uma busca rápida no Google nos fez chegar nessa imagem, que tenta explicar o que é a tal da Eclectic Grandpa, uma tendência apresentada pelo Pinterest para 2024, que acredita que os jovens querem usar looks brecholentos e cardigãs fofinhos, tipo os nossos vovôs faziam.
Particularmente quando penso nisso, vem a imagem de Hilda Hilst e Lygia Fagundes Teles, elas eram as jovens senhoras da época delas, e passaram esse bastão pra outras jovens senhoras até chegar na gente, e ao que tudo indica estamos passando pra Gen Z, que vai passar pra Gen Alpha e por aí vai. É uma herança geracional real!
Ser vovôcore é tudo!
Adorei o texto!! Vovôcore é um convite ao viver o tempo com prazer, tecendo memórias e entendendo a tecnologia apenas como uma ferramenta, não um big boss. Agora só falta dia e local para tomarmos um chá em uma roda de conversa bem bonita de pele ☺️